Milena Loguercio

QUANDO ESCOLHEMOS A ESCOLA ERRADA

Meu ano de 2019 finalizou, praticamente, com um desabafo.

Deixo aqui o texto que postei no Meu Instagram, na época:

Abre aspas “

Junta o espírito natalino + a festa de encerramento escolar e o filme que passa na minha cabeça lembrando de toda nossa jornada, eu me derreto em lágrimas .
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Tirei meu filho de uma escola, no ano passado, onde apostei minhas fichas crente de estar oferecendo “o melhor para ele”, quais são os pais que não são assim, não é mesmo? Dentro das nossas possibilidades, procuramos sempre oferecer o melhor e entregar nosso bem mais precioso; nosso “diamante bruto” para uma escola que acreditamos ser capaz de “lapida-lo” conosco. Uma aposta alta, eu diria que um “all in”, visto a importância do que colocamos na mesa pra jogo (o futuro desse maior bem). Pois é, perdi! Não foi lá; não gostei do que recebi; sai da escola completamente decepcionada e insatisfeita. .
Uma das frases que mais ecoavam das pessoas com quem eu conversava a respeito da minha “próxima aposta” para meu filho era: “essa escola?”; “não faça isso!”; “tem certeza de que vai fazer isso com seu filho?”; “as clínicas psicológicas estão cheias de crianças de lá”… enfim… decidi ouvir o meu coração! .
Que ano! Um ano de luta; de incertezas; de busca; de decepções; de batalha; de choros; de tristeza; de mais batalhas; de pequenas conquistas; de esperança; de progressos; de alcances; de orgulho; de superações; de alegria… .
Chegar neste dia, no dia da festa de encerramento do seu ano letivo, meu filho; tem um peso muito diferente de todos os outros anos escolares nos quais te acompanhei. .

Sobre a escolha da escola? Sinto uma gratidão profunda; sinto que
demos as mãos e buscamos todos juntos: meu filho, a escola e nós (a família); um caminho de superação!
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Temos sim, uma longa caminhada, sinto que a jornada apenas começou, mas diferente dos anos anteriores, não me sinto só, sinto que estamos amparados por um lugar que “não brinca de ser escola” por que sabem o que estão fazendo. Estou aplaudindo de pé tudo o que fizeram por nós, em todo o ano de 2019 e desejando que nossa luta siga de mãos dadas, em 2020!

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Meu filho, que orgulho eu sinto de você! Obrigada por me ensinar TANTO. E vamos juntos, com todos os nossos erros, acertos, discussões, superações, conquistas e aprendizados! Te amo infinitamente.

” Fecha aspas.

Então, lá foi ele para a escola que durante a minha fase de adolescência eu sempre pensei: “Quando eu tiver um filho, eu quero que ele estude nessa escola”.

Mas com a maternidade, essa minha certeza foi abalada por que, na pele de mãe, eu não queria meu filho sofrendo por conta de uma escola que “tira a infância”; “é meio hi Hittler”, “faz do seu filho um número”, “ele será hanckiado desde o primeiro ano”, “as clínicas psicológicas estão cheias de crianças de lá”, “algumas crianças que saíram daqui para ir prá voltaram com as mães desesperadas”… enfim… Inúmeras foram as citações que eu ouvi tanto de pessoas que estudaram lá, quanto de pessoas que replicam escutas mesmo sem a experiência.

Mesmo assim, no final das contas, decidi ouvir meu coração. Afinal de contas, eu precisaria retira-lo da escola onde ele estava. Você já teve a sensação de dúvida de que a escola que escolheu para seu filho não teria sido a “melhor escolha? Pois bem, eu tive, desde que meu filho fez 5 anos, ou seja, na pré escola, um questionamento já me acompanhava:

“Qual será o problema? Meu filho ou a escola que escolhi?”

Eu sei que é muito fria a pergunta e que a resposta não é tão simples assim “preto” ou “branco”. Existem muitas nuances, muitas variáveis, muitas outras questões envolvidas. Mas o que posso dizer é que como mãe, quando você estiver se sentindo em dúvida, vai atrás de respostas.

Eu comecei questionando a escola em que meu filho cursou o 1º ano do ensino Fundamental.

Para contar a história do começo, o Felipe fez a pré escola numa escola que tinha somente até o pré disponível; assim, depois de 05 anos, ele passou pela formatura e foi para essa outra escola que eu coloquei com a pretensão de que ele cursasse até o 9º ano do ensino fundamental (que ironia)!

Veja o e-mail que enviei para a dona da escola no “desligamento” do meu filho:

” Abre aspas:

Oi (nome da diretora), bom dia! 

Parte do que está escrito nesse e-mail eu gostaria de ter falado pessoalmente com você, porém não consegui esse encontro no decorrer do ano letivo… Depois de muita insistência, a (nome da coordenadora) acabou me retornando com uma sugestão de data para sexta, 30/11/2018 às 18:00h, eu aceitei a princípio, mas me surgiu um compromisso para sexta à noite que me força a cancelar nosso encontro, peço mil desculpas. 

É com muita dor no coração que estou encerrando a matrícula do Felipe na (nome da escola), e gostaria muito, mesmo você não me dando a chance de dizer (em diversas tentativas), contar os motivos que me fizeram chegar até aqui e digo isso por consideração e por acreditar no potencial da Escola, além disso, acredito que é sempre bom saber a opinião de quem está do lado de cá. Mesmo que você não busque acatar tudo o que for dito, pelo menos pode conhecer parte do que as pessoas estão pensando…

– Se eu fizer uma retrospectiva para o ano de 2017 e te contar os motivos que me levaram a matricular os meus filhos na sua escola eu diria que eles foram escalados exatamente nessa ordem de prioridade e o PRIMEIRO DELES foi CONFIAR EM VOCÊ. Ou seja, seriam eles: 

1- Confiança na diretora:
     Esse é o primeiro ponto já que eu sempre acreditei no seu trabalho. Desde que trabalhei um tempo na (escola), minha admiração pelo seu profissionalismo, sua busca de crescimento e seu incansável objetivo de oferecer sempre o melhor para as crianças; só cresceu e fez com que eu sempre acreditasse na Escola. Como te contei num breve encontro que tivemos no Shopping, o motivo que não me fez colocar o Felipe na (escola), no primeiro momento, foi buscar uma escola bilíngue. 

2- Ensino bilíngue:
    Quando busquei um novo espaço para meus filhos, a (escola) já se denominava bilíngue e já ia de encontro ao que eu buscava.

3- Ensino de qualidade: 
    Embora eu tivesse ressalvas com a questão do construtivismo, eu acreditei em você. Confiei em tudo o que ouvi na reunião daquele dia em que estávamos eu, você, (fulana) e (Beltrana) e achei que deveria seguir meu coração e depositar a confiança na escola. Assim eu fiz. 

4- Proximidade da direção: 
    Diferente da “escola grande”, acreditei que estar na (escola) teria acesso a conversar com você e expor meus pensamentos e inseguranças de mãe (que não são tantas assim,vai) quando eu precisasse.

Esses foram em primeiro momento os motivos que me fizeram colocar o Felipe na (escola). E lembro muito, como se fosse ontem nossa reunião, de dizer que eu queria coloca-lo para que ficasse até o nono ano; que minha ideia não era ficar pulando de escola em escola… Confiei, acreditei.
Hoje, quero que você saiba que meu coração está partido por que eu não queria de forma nenhuma tira-lo daí. Mas algumas coisas foram me conduzindo a isso e acredito que seja importante que você saiba…

1- Desde a primeira vez que tentei conversar com você pessoalmente, não consegui. O primeiro motivo foi para falar sobre a professora Carol (inglês). Quando enfim consegui expor minha visão, no decorrer de uma reunião bimestral na qual ela nem se encontrava e não se tocaria no nome dela até que eu resolvi questionar, enfim… Providências foram tomadas e até terminei essa história com uma sensação positiva: “Caramba, que bacana, pelo menos enxergaram meu ponto de vista e foram verificar se eu tinha razão”. Mas até isso acontecer, acredito que tenhamos perdido uma série de coisas, especialmente um tempo de aprendizado das crianças.  

2- Rotatividade de funcionários, no caso do Felipe eu diria professora de inglês, professora de circo, coordenador do bilíngue (que não sei a situação mas está ausente há um tempo): Acho que o as trocas que ocorreram no decorrer do ano interrompem um processo e até acostumarem com o novo professor perde-se um tempo que não sei se há recuperação.

3- O primeiro ano do fundamental me pareceu estar “sobrando” na escola muitas vezes, por exemplo: eles não eram “grandes” o suficiente para participarem de projetos que os maiores executam; mas não eram “pequenos” o suficiente para participarem de projetos como os menores executam. Não sei o que fez implantarem que eles poderiam levar um brinquedo para a escola semanalmente, mas essa foi inclusive uma das MINHAS sugestões em reunião com o coordenador bilíngue (quem não tenho mais visto pela escola). 

4 – Não identifiquei as evoluções pedagógicas do Felipe. Fico até com receio de abrir esse item aqui por que para a escola, nas oportunidades em que eu me coloquei, passa a sensação de “mãe ansiosa”, “mãe insegura”, “mãe que rotula o filho”… Mas de fato, o que eu estive buscando nos últimos tempos foi entender o que estava ocorrendo e se necessário correr atrás de suporte  para que o Felipe pudesse desempenhar seu aprendizado de maneira assertiva. Em uma reunião que tive com a (psicopedagoga) e a (coordenadora) (e que lamentei muito a sua ausência), foi colocado que o Felipe estaria no “esperado para a idade dele”. Que a questão a ser trabalhada especificamente seria a fonoaudiológica. O Felipe está na fono desde Julho de 2017, passei essa informação na reunião e ficou combinado que a (coordenadora) queria conversar com a (fono). Na conversa entre elas, foi discutida a necessidade do Felipe passar por uma avaliação psicológica por conta da sua “infantilização”. Fora todos os meus questionamentos mais específicos sobre este assunto, o que ficou para mim foi a questão de: “por que a (coordenadora) e a (psicopedagoga) não me ressaltaram isso durante a reunião que tivemos?” Se a fala infantilizada é uma das questões que a fono tem por objetivo sanar, qual é a questão “psicológica” que elas acreditam que deva ser trabalhada em terapia? Pedi explicações para a coordenadora (nome) por que talvez “como mãe” eu não conseguisse enxergar um posicionamento profissional da parte psicológica do meu próprio filho. A resposta que recebi da coordenadora (nome) foi: “Mas tudo que foi falado foi em pleno acordo entre eu e a fono, ela compartilha da mesma opinião”. Sendo que meu questionamento fora: “qual opinião?” Eu queria exatamente a explicação. Não recebi.

5- Durante a conversa que tive com a (nome da coordenadora), expus todo o meu pensamento com relação a sua postura diante do cliente. Comentei que a (nome da diretora) da época em que eu trabalhei na (nome da escola) tinha esse “jogo de cintura” de fazer o meio de campo e algumas vezes ouvir os pais e tal e que a impressão que eu tive no nosso relacionamento foi de não conseguir essa proximidade que talvez teria me trazido a segurança que eu precisava para seguir. Ela comentou com você e mesmo assim a minha resposta foi um silêncio. 

6- As pessoas da Escola (nome) começaram a ecoar a fala de que “o Loguercio vai para o (nome da nova escola)” como se já estivesse tudo resolvido. Sendo que, no meu coração não estava, dependeria E MUITO da postura da escola do Loguercio para isso se resolver. Eu diria que quem está colocando o Felipe no (nome da escola nova) é a (nome da antiga escola). Por que eu estava com o meu coração pedindo para não tira-lo, tentando ouvir algo da escola dele que me fizesse confiar. Tentei de diversas maneiras buscar essa confiança e não obtive sucesso. 

7- Em encontro com a (nome da administradora), na porta da escola, ela me fez a seguinte pergunta: “Você já decidiu? Vai tirar mesmo o Loguercio?” Eu disse que estava esperando sair os resultados do (nome da escola atual), que ainda não tinha uma decisão tomada. Daí a resposta foi, honestamente, a que não queria ouvir, mas pior do que isso, a que eu não queria sentir: “Ah, tudo bem. Eu só preciso saber por que nós estamos montando as salas e blá blá blá… mas você vai deixar o Gabriel ou vai tirar ele também por que eu preciso montar as salas e blá blá blá…” (questões de logística) ou seja, seus filhos, tanto faz. Estou querendo somente programar o “meu departamento”. Como assim???? O Gabriel está matriculado para o ano de 2019. Fiquei de cara, juro. Saí com uma sensação de “a porta da rua é a serventia da casa”. E o tal relacionamento próximo das famílias??? Em que momento a (nome da escola antiga) perdeu a essência? Lamento tanto. 

8- Aproveitando a abordagem do “departamento administrativo” no item anterior, quero mencionar também o fato de me sentir “menos importante” do que outras mães. No decorrer do ano, soube que cada um meio que “paga uma mensalidade diferente”. Sim, eu sabia daqueles 10% de quando rola um indicação e tal… Porém, soube que tem crianças que tem um desconto MUITO MAIOR do que este, além disso, tiveram mães que receberam propostas de mensalidade no valor muito abaixo que eu entendi assim: “Não saia daqui não, vocês são importantes para nós”. 
Ou seja, esse tipo de diferenciação nos valores de mensalidade dá a entender que: “de quem a escola GOSTA e FAZ QUESTÃO da presença recebem descontos avassaladores”. Mais um item que não permitiu com que eu me sentisse “parte integrante da família (nome da escola)”. 

9- Desde a última reunião da sala do Felipe (05/10/2018), não vi mais o coordenador Márcio na escola, sendo que eu o via direto. Estou há tempos para perguntar e acabava esquecendo, nessa semana, quando liguei, não fiquei confortável com a resposta que recebi. Até por que a (nome da escola) está com “seleção para coordenador bilíngue em aberto”, mas as pessoas que me passaram a informação a respeito me disseram: (A primeira delas) ” Sim, ele está trabalhando aqui sim” 
Eu: “Posso falar com ele, por gentileza!” 
Primeira pessoa: “É que ele não está aqui no momento”
Segunda Pessoa: “Ele está em curso fora” 

10- Vocês acreditaram que o Felipe está “fora da (nome da escola)” e começaram a trata-lo dessa forma (como fora da nome da escola). Eu sinto muito, de coração, eu sinto imensamente. A sensação que tenho é de que tudo que estou te contando você já saiba e que “tanto faz”. Mas eu precisava, no meu íntimo, ter a certeza de que você sabe. Por que eu não faço a menor ideia de como as informações chegam até você já que não tenho acesso a ti. 

11- Eu não senti a presença da (nome da diretora), aquela que teve o maior peso para a minha escolha dessa escola, no decorrer deste ano com relação ao PRIMEIRO ANO DO FUNDAMENTAL, especificamente. 

Por fim, estou muito triste. Com um buraco no meu coração, mesmo assim, desejando que tudo de melhor aconteça para todos nós. 
Obrigada pela sua atenção! E se este e-mail não servir para uma avaliação de todo o posicionamento da (nome da escola) diante do cliente, que você entenda então como um desabafo.
Com carinho; 
Milena 

” Fecha aspas.

Vocês entenderam, pelo e-mail acima, a catastrófica passagem do meu filho e talvez tenha feito sentido quando eu finalizo o meu ano de 2019, com um alívio, uma gratidão e um desabafo imenso, dizendo que onde ele está agora, “não brincam de ser escola”.

Eu escutei o meu coração, 2019 foi um ano letivo pesado, uma longa caminhada de descobertas e enfrentamento. Por fim, posso dizer que, GRAÇAS A DEUS a diretora não se mostrou atenciosa no mesmo nível em que se mostrou incompetente, por que se ela tivesse me dado atenção, tivesse sido boazinha, com palavras bonitinhas; meu filho poderia estar lá até hoje, prejudicando assim o futuro dele nas mãos de profissionais que não sabem ao certo o que estão fazendo.

Mãe, escute o seu coração. Na dúvida, busque outro caminho, não condene seu filho a seguir o caminho errado. Hoje eu estou muito FELIZ!

Para te ajudar nessa busca pela decisão da melhor escola para seu filho, fiz esse vídeo:

Muitos Beijos!!!