Milena Loguercio

5 PREJUÍZOS EMOCIONAIS RELACIONADOS À PUNIÇÃO INFANTIL:

Como tenho abordado lá no canal Milena Loguercio – Youtube ao longo de muitos anos, essa forma de criação e educação infantil manteve-se considerada meio que única, por sua vez, correta. De alguns anos para cá ela passou a ser cientificamente questionada.

Eis então que começaram ocorrer pesquisas e resultados. Minha proposta aqui é te mostrar esses resultados e te convidar para olhar para a EDUCAÇÃO INFANTIL por um novo ângulo.

Como a criação dessa memória especial (e a lembrança dela) não precisa da permissão de nosso cérebro pensante, é difícil evitar os efeitos mentais prejudiciais.

Para os pais, ser severamente punido pode não parecer uma situação de vida ou morte que pode resultar em medo intenso, já que nós adultos temos outras opções, se recebermos ofensas ou grito, podemos nos recuperar, desabafar com pessoas queridas, nos distrair com outras atividades ou até mesmo parar de ver essa pessoa para sempre. Nosso mundo está cheio de opções.

Mas para as crianças, especialmente as mais novas, os pais são o mundo inteiro. Os pais são os principais ou únicos fornecedores de alimentos, segurança e todas as outras necessidades.

As crianças não têm escolha quando se trata de escolher seus próprios cuidadores.

É sobre sobrevivência. É vida ou morte.

E não devemos esquecer que, na perspectiva de uma criança, os adultos são enormes fisicamente, quase como gigantes.

Para as crianças, o tratamento severo dos cuidadores pode e muitas vezes parece uma experiência com risco de vida.

O que mais acontece quando a criança recebe uma punição?

1- ELEVAÇÃO DO NÍVEL DO HORMÔNIO DO ESTRESSE

Quando o medo é apresentado com frequência, o nível cronicamente elevado de hormônio do estresse causa sérios problemas de saúde para a criança a longo prazo, levando a dificuldades de memória e aprendizado, sistema imunológico suprimido, hipertensão, depressão e transtorno de ansiedade apenas para citar um poucos.

2 – DESREGULAÇÃO DA EMOÇÃO

O medo não é a única emoção que pode fazer com que nosso cérebro pensante se desconecte. Outros tipos de estresse como raiva também podem.

Como uma criança freqüentemente punida (ou ameaçada de ser punida) está constantemente em um estado alarmante, a reação de luta ou fuga da criança ocorre facilmente, mesmo quando ela enfrenta uma leve frustração.

Quando isso acontece, o cérebro emocional se torna responsável sem a participação do cérebro pensante.

A criança pode reagir emocionalmente tendo explosões descontroladas. Eles não conseguem acessar seus cérebros pensantes, assim, não conseguem regular suas emoções de forma efetiva.

De fato, os estudos descobriram que, se o estilo parental é severo ou a punição é o tipo predominante de disciplina, as crianças desses lares exibem uma regulação emocional mais fraca e um comportamento agressivo mais impulsivo.

A regulação emocional e o autocontrole são algumas das habilidades mais importantes que as crianças pequenas devem aprender. A influência dos pais na capacidade da criança de adquirir essas habilidades é fundamental.

Uma criança também aprende a modular emoções, sintonizando e observando as reações dos pais. Se os pais são severos sempre que seus filhos cometem erros, eles aprendem a ser severos quando os outros cometem erros.

A emoção é contagiosa. Um ambiente centralizado de punição pode induzir emoções negativas persistentes em crianças, dificultando ainda mais a aprendizagem do autocontrole.

3- INFLUÊNCIA BIDIRECIONAL

Enquanto o comportamento negativo de uma criança leva à resposta negativa dos pais, a reação punitiva dos pais também leva ou amplia o comportamento negativo de uma criança. Os impactos são para os dois lados.

Numerosos estudos descobriram que punições severas, especialmente punição física, levarão essas crianças a agressões futuras , mesmo que isso possa impedir o comportamento negativo dela no momento.

4- TORNAM-SE OS VALENTÕES E/OU AS VÍTIMAS

Crianças que são severamente punidas podem se tornar valentões ou vítimas de agressores. Algumas crianças também apresentam problemas comportamentais perturbadores à medida que crescem.

Quando os pais tentam mudar o comportamento por medo, estão modelando como usar posições ou forças superiores para intimidar. Eles também estão normalizando comportamentos abusivos. Quando essas crianças vão à escola, algumas aprendem a fazer o mesmo com outras crianças mais fracas que elas.

Alguns se tornam vítimas de agressores, porque a ação de seus pais lhes mostrou que esse comportamento é aceitável.

Às vezes, o comportamento dos pais também faz com que os filhos se sintam impotentes ao escapar ou mudar a situação. Essas crianças são então condicionadas a sentirem-se impotentes para escapar se acabarem em relacionamentos abusivos quando adultos.

5- PIOR DESEMPENHO ACADÊMICO:

O estudo longitudinal mais longo, iniciado em 1968 pela Universidade de Michigan, revela o relacionamento entre a disciplina punitiva e o desempenho escolar das crianças.

O que eles encontraram?

Pesquisadores descobriram que os lares que usam disciplina punitiva: punição física, castigos ou atividades restritivas, estão associados a um menor desempenho acadêmico em comparação aos lares que mantêm interações entre pais e filhos e usam disciplina indutiva, solução de problemas, ensino de habilidades; para educar.

Estamos liberando vídeos semanais com essas explicações e tudo o que você pode fazer na educação indutiva para substituir as punições de uma vez por todas. Não deixe de acompanhar. O primeiro vídeo já está no ar dentro desse post:

Muitos Beijos!!!

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