Milena Loguercio

AMAMENTAR, UMA REFLEXÃO SEM FLORES

Cada vez mais, as mulheres estão se dispondo a amamentar seus bebês, isso me deixa imensamente feliz, por que para mim, além da infinita importância a amamentação na vida dos nossos filhos, foi algo que eu absolutamente AMEI fazer e senti uma dorzinha no coração no momento de retirar, mas, sempre teremos motivos para pensar sobre os pontos “a favor” e “contra” a amamentação, então, vem comigo:

– O leite materno é o único alimento natural indicado para o bebê;

-A amamentação protege o bebê de infecções e doenças;

– O aleitamento materno proporciona muitos benefícios de saúde para a mãe;

– É de graça;

– Está disponível a qualquer momento para o bebê;

– Já vem na temperatura certa;

– Uma forte ligação física e emocional é construída entre a mãe e o bebê, durante a amamentação;

– Pode trazer uma grande realização para quem amamenta.

O Aleitamento exclusivo é recomendado até o Sexto mês de vida do bebê. Depois disso, o leito materno pode continuar sendo oferecido, porém, combinado com outros alimentos para que ele continue crescendo e se desenvolvendo de maneira saudável. Bebês amamentados têm:

– Menos chances de ter diarreia e vômito, com isso, menos chances de ir para o hospital;

– Menos chances de gripes e infecções de ouvido, com isso, menos chances de ir para o hospital;

– Menos chances de constipação;

– Menor possibilidade de vir a se tornar obeso, e com isso, menos possibilidade de desenvolver qualquer tipo de doença relacionada a obesidade, como por exemplo, diabetes tipo 2.

Qualquer quantidade de amamentação tem o efeito positivo. Quanto mais tempo você amamentar, maior e melhor serão os benefícios para o seu bebê.

Amamentar pode trazer muitos benefícios para as mães também:

– Redução do risco de câncer de útero e/ou ovário;

– Faz com que você consuma naturalmente até 500 calorias por dia;

– Traz economia financeira, uma vez que é seu e que os leites industrializados para bebês costumam ser caros;

– Ajuda a construir um forte vínculo entre você e seu bebê

Mesmo apresentando vários benefícios a respeito da amamentação, já conheci mulheres que detestaram a experiência, sério! E vou relatar um pouco das coisas que já ouvi a respeito do “lado não agradável da amamentação”:

“Amamentação deixa os seios flácidos”: Minha querida amiga, você realmente acredita nessa frase? Por que eu não acredito. Sério, eu acredito que, uma vez que a mulher tenha engravidado, os seios já não serão mais os mesmos. Amamentando ou não amamentando, as grávidas de maneira geral já adquirem seios maiores do que de costume, e somente o fato deles aumentarem, traz uma flacidez natural quando eles retomam o tamanho anterior.

“As pessoas não gostam das mulheres que amamentam em público”: Certo, posso concordar com essa frase, em termos. Porém, nunca saí expondo meu peito na rua, e não deixei de amamentar meu filho. Carregue sempre uma fralda de tecido, uma manta do bebê, ou até mesmo esses acessórios próprios para amamentação que é possível encontrar hoje em dia. No início, a falta de prática, me fazia sempre pedir para alguém fazer uma “cabaninha para mim”, mas com o tempo, você mesma cobre e amamenta! Não é obstáculo!

“Algumas mulheres não produzem leite suficiente”: Quase todas as mulheres são fisicamente capazes de amamentar. No início da amamentação pode ser bem complicado sim, nosso peito produz uma quantidade de leite diferente da necessidade do bebê, os seios podem “empedrar” a ponto de necessitar massagear e desmanchar com as mãos (comumente) .  Vale o aprendizado e prática. Algumas mulheres, não têm é a paciência necessária para esperar o ponto em que essa tarefa fica simples, fácil e, acredite, muito prazerosa!

 “Se eu amamentar, não poderei retomar a minha vida sexual”: Depois da sua quarentena, você é quem decide o melhor momento para retomar as atividades sexuais, e não a amamentação. É só dar uma interditada nesta área por um longo período! Rsrsrs.

Uma época, em atendimento clínico, me marcou muito ouvir de uma pessoa, que aqui denominarei de “X”, coisas do tipo:

“Eu realmente odeio amamentar, não tenho outra definição, odeio! Odeio por que: Amamentar me consome 24 horas por dia, 7 dias por semana. Tenho que amamentar a cada duas horas, meu filho fica pendurado uma hora, em média, no meu peito, o que significa que quando ele termina, está quase na hora de começar tudo outra vez. Me sinto esquisita; com os peitos desse tamanho, eu teria tudo para me sentir uma estrela pornô, sexy e poderosa, mas ao invés disso, me sinto a vaca leiteira. E a dor? Que dor terrível, dói demais, chega a sangrar. Meu corpo ainda não é meu, ao contrário do que imaginei, acreditei que após o nono mês de gravidez, eu teria meu corpo de volta, e contava os segundos para isso, mas, enquanto amamento, meu corpo ainda não é meu. E tirar leite com a bombinha? Afff, prefiro nem dizer nada sobre isso! Fora que não dá pra ter noção de quanto o bebê está se alimentando de verdade. Meu filho mama o dia inteiro, mas eu nunca sei realmente o quanto ele está se alimentando. Será que ele cansa? Será que eu não estou deixando ele com fome? Será que ele está sugando o leite mesmo ou nada? Meus hormônios estão me enlouquecendo! Tenho um marido que me ajuda muito, mas a única fábrica de leite sou eu, não tem como reversar, estou ficando louca. Meu bebê é 100% dependente de mim, é muita pressão, não estou dando conta.”

Então, quanta coisa né! Longe de mim fazer julgamento aqui, mas, estava faltando um acompanhamento psicoterapêutico para essa mãe. Realmente, na prática, tem mulheres que encaram com mais facilidade do que as outras, mas, neste caso especificamente, conseguimos, juntamente às sessões de psicoterapia, fazer com que esta mãe amamentasse os 6 meses e no final do sexto mês, conseguiu sentir muito orgulho de si mesma!

Às vezes, a maior dificuldade que temos no que envolve este assunto, são as nossas expectativas, por isso, cuide bem das suas! Não se pressione demais, vigie e cuide dos seus pensamentos, tenha em mente sim, que é um período de dedicação exclusiva tanto a gravidez, quanto o início da vida do bebê, parece que não vai acabar nunca esse período, mas passa, e sim, você sentirá muitas saudades, então, não pule etapas, VIVA TUDO QUE VOCÊ TIVER DIREITO!

Até a próxima!

Muitos Beijos!